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Banco Central corta Selic para 2,25% ao ano: o que isso significa?

O cenário de juros baixos se intensifica com o oitavo corte seguido na taxa Selic; entenda e veja as principais recomendações de investimentos


O Banco Central reduziu, na tarde desta quarta-feira, 17, a taxa Selic, de 3% para 2,25% ao ano, seguindo à risca o comunicado da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom). No documento, há pouco mais de um 1 mês, havia a indicação de que o corte seria da mesma magnitude do que o anterior, de 0,75 ponto percentual. O novo patamar da taxa básica da economia brasileira já era esperado pelo mercado.


Por que a taxa de juros caiu?


Inflação


O que sempre dita a regra para o Banco Central cogitar a possibilidade de um corte é, principalmente, o controle da taxa de inflação abaixo da meta de 2020, que é de 4% no acumulado do ano. Atualmente, o cenário evidenciado pelos dados mais recentes do IPCA já mostram deflação, ou seja, quando a inflação fica negativa.

Isso sugere que há folga para o órgão monetário compensar a baixa inflação cortando ainda mais os juros, a fim de equilibrar e estimular a economia brasileira, que está em estado de recessão por conta da crise do coronavírus.


Câmbio


Além disso, há um diferencial que corroborou para mais um corte drástico na Selic: o câmbio. Na última reunião, o dólar chegava perto de R$ 6,00, com o pano de fundo de uma maior incerteza quanto à velocidade de contágio da pandemia no Brasil e no mundo, além de uma crise política aflorada atingindo o alto escalão do Governo Federal.

O câmbio é um fator importante porque quando ele está alto pode haver uma pressão para um aumento na taxa de inflação. Isso ocorre porque, de forma geral, a alta do dólar, em tese, repassaria para os preços de produtos.


Condições financeiras


Outro fator a ser considerado neste corte e nas próximas reuniões do Copom são as condições financeiras do Brasil. Esse indicador envolve diversos fatores em sua composição, como o risco-país (incluindo o cenário político), expectativa da taxa de câmbio, o risco fiscal (dívida), entre outros indicadores relevantes na ótica das empresas.

O Índice de Condições Financeiras do Brasil registrou melhora entre a reunião do Copom de maio e a desta quarta-feira. Isso sugere um mercado um pouco mais confiante e com menos incertezas sobre o cenário atual e dos próximos meses.


Era dos Juros Baixos: firme e forte


O mais novo corte da taxa Selic coloca o instrumento monetário novamente em seu nível mais baixo na História nacional, resultando na oitava baixa seguida. É a chamada Era dos Juros Baixos, período inédito que se intensificou em julho do ano passado.

Em 2016, quando o Brasil enfrentava uma crise econômica, os juros chegavam a mais de dois dígitos. O ambiente econômico foi mudando, novos estímulos foram adotados pelo BC acompanhando as reformas estruturais que foram adotadas no Brasil neste período, como o Teto de Gastos, em 2016, e a reforma da Previdência, no ano passado.

Como mostramos no gráfico logo no começo do texto, essas medidas foram essenciais na contribuição do cenário de juros baixos e outras que ainda estão em pauta, como a reforma Tributária, ainda seguem com protagonismo para manter a Selic nas mínimas.

É interessante observar que neste novo ciclo de baixa na Selic, os maiores cortes foram justamente os dois últimos quando a crise do coronavírus se agravou por aqui, ocasionando a paralisação na atividade econômica e, consequentemente, uma deflação.


Quem ganha com a queda da Selic? O Mercado Imobiliário!


Há uma relação quase que direta entre o nível baixo da Selic e o aquecimento do setor Imobiliário e de Construção Civil. O aumento da demanda pela busca de imóveis, principalmente por causa da queda no custo de financiamento, é o que puxa esse mercado para cima no longo prazo, caso a Selic permaneça baixa.

E, assim como o movimento de migração para a Bolsa, os Fundos Imobiliários também são beneficiados conforme o investidor, em geral, opte por buscar mais ativos com maior potencial de retorno.


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